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quarta-feira, 17 de junho de 2009

Warning: [Logical Error]


Devo estar muito louco para escrever isso...

Faz tempo que não organizo minhas crenças principais e hoje resolvi repassar algumas delas na minha mente. Por coincidência havia lido um artigo da revista Veja sobre um assunto “nada discutido” atualmente: Religião... [Sarcasmo]

Antes de continuar devo declarar que sou religioso...

Passarei alguns dos meus pensamentos sobre a existência de uma entidade superior e racional. Nada será forçado, falarei de coisas óbvias.

Vamos tentar pensar em matemática esquecendo um pouco a associação que automaticamente fazemos a números. Matemática é lógica, testes de argumentos e proposições. A lógica está diretamente ligada à composição de idéias racionais e, portanto se reflete em qualquer aspecto da vida, a não ser que deliberadamente a neguemos e tomemos como base alguns de nossos valores pessoas ou crenças. [Que nem sempre podem ser defendidos num questionamento puramente racional].

Quando tratamos de religião por vezes entramos em conflito com algum senso de lógica. Posso dizer que é inevitável, e que a maioria dos argumentos a favor da existência de uma entidade Superior e consciente podem ser “jogados por terra” com algum esforço ou até facilidade em alguns casos ...

Há pessoas que dizem ver Deus na natureza ou dizem que Deus é a natureza e, por isso Ele existe. Um famoso matemático e filosófico de nome Leibniz tinha essa concepção. Pensando como ele, alguns religiosos apresentam sua crença. Notem que definir Deus dessa maneira é muito vago. Eu simplesmente poderia dizer que Deus é uma rocha, é claro que nessas circunstâncias Deus existe [vejam que não há nenhum rigor lógico, apenas postulei isso e pronto]. Porém, a noção religiosa mais aceita sobre Deus não pode ser defendida desse modo [é dela que estamos falando]. É claro que há outros grandes nomes da ciência que tiveram concepções de Deus mais próximas a “noção comum”. Enxergo-me na mesma situação desses grandes racionais, não no nível cultural, mas no dilema que apresentarei ainda nesta postagem. Nenhum religioso poderá citar esses “pensadores crentes” como exemplo a fim reforçar a negação de que sua crença pessoal pode ter uma falha lógica. Só porque alguém é um matemático de 1° categoria, não quer dizer que seus argumentos devam ser aceitos sem um teste rigoroso.

Outro ponto paradoxal é a Bíblia. Há religiosos que, sem saber argumentar a veracidade de todo seu conteúdo, simplesmente negam certas partes. Negam como? Fazem seleção do que vão crer ou apresentar como verdade. Porém, essa seleção é feita por critérios seculares. A aceitação do casamento homossexual em algumas igrejas é um exemplo. Agora pensemos: Se faço pequenas seleções do que vou acreditar utilizando critérios seculares, por que não secularizar toda Bíblia? No “senso comum” ela inevitavelmente perderia sua validade como guia de elevação espiritual. Lembrando o pensamento matemático: Se parte do conteúdo é inválido, não há como ter certeza de que outras partes, as que você escolher acreditar, também não são.

“Se alguém sabe que algo é tão importante que os argumentos contrários tornam-se conscientemente indiferentes a sua opinião, essa crença tende a ser uma força bruta. Que, em algum momento vai chocar-se com uma força brutal, então saberemos se esse alguém tem fé.”

Peguei alguns dados na Internet e vejo a sociedade, aparentemente 90% das pessoas não tem um senso lógico apurado o suficiente para analisar de maneira racional as proposições mais comuns. Quero dizer que grande parte da população brasileira e até mundial não sabe fazer um julgamento racional um pouco mais “complexo”. É muito comum notar a apresentação de premissas que derivam conseqüências, mas não há rigor algum. O interessante, é que mesmo assim as pessoas têm o argumento como válido. De fato, o pendor para matemática vem se perdendo. Não podemos dizer que um aluno que consegue resolver 200 equações rapidamente é “bom de matemática”. Não testamos sua habilidade lógica, que é muito mais que uma facilidade com a manipulação de números. A noção lógica em alguns casos se aproxima mais das palavras do que dos números. Alguém que não sabe resolver cálculos avançados pode ser lógico e racional, assim como um rapaz que é uma “verdadeira calculadora” pode ter uma noção lógica nula [isso é bem raro, mas há casos].

Certos argumentos teológicos começam com Y e partem para Z, mas entre as duas proposições não há muita coisa palpável. O argumento parece completo, início e fim, mas não há consistência, muitas pessoas deixam de notar isso, pois tem uma noção escassa de lógica.

Grande parte dos religiosos, talvez 90% como dito acima ou até mais, não tem fé [são ateus]. Ter uma religião como modelo de vida e dizer acreditar naquilo só satisfaz uma necessidade natural. Se a pessoas gostassem mais de matemática, pensariam com mais rigor. Isso colocaria muitas de suas crenças religiosas em xeque. Se após isso elas continuassem com sua suposta “fé inabalável” penso que seriam verdadeiros teólogos, noutro caso abandonariam sua frágil crença. Não há como dizer que um “religioso fanático” é fervoroso, ele nem ao menos notou onde suas poderosas verdades entram em confronto direto com a razão. Não notou, porque não desenvolveu a capacidade de julgar com precisão seus próprios conceitos. Logo, não há como saber se ele continuaria acreditando, porque sua fé não foi provada. Isso é ainda mais explicito nos “religiosos moderados”, que para fugir do questionamento selecionam o que lhes convém, mas nem pensam no por que, ou usam o “senso comum”, mas sem noção de lógica.

A maior parte dos “racionais” nega a existência de Deus... Pela lógica, se algo não pode ser provado “racionalmente”, não há como dizer que existe. Ou se alguma premissa do argumento é falsa, o mesmo nada mais é que uma falácia. Em resumo: Podem ser postulados vários argumentos até racionais para que Deus exista, porém, se um deles for impreciso... [erro lógico].

Tenho aqui meu dilema paradoxal [duas palavras que amo], vejo a maior parte das coisas como verdadeiro ou falso, a religião é uma delas. Tenho para mim que é VERDADEIRO, mas vejo os possíveis desvios e talvez falhas lógicas, pequenas ou grandes. Essa é uma força brutal que colidiu com minha crença a acredito ter chocado vários dos pensadores antigos, que assim como eu buscaram ver racionalmente seu mundo. Procuraram a prova definitiva da existência de Deus, encontraram evidências para sua crença, mas não puderam deixar de pensar em argumentos para sua própria descrença. Depois disso sentiram intuitivamente que há algo mais. Penso que esse sentir, mesmo depois de visualizar todos os possíveis caminhos para desacreditar, é a verdadeira fé. Fim

Isso é minha opinião pessoal, desculpem-me se ofendi alguém, não era essa minha intenção... Eu pensei em colocar essa narração num tom sarcástico, mas evitei pois queria deixar as palavras menos ácidas para algum “religioso ferrenho” que ainda não teve a oportunidade de confrontar seus próprios dogmas.

domingo, 14 de junho de 2009

Somos quem “somos”... [Há provas do contrário]

Estou feliz, são 2h56min na madrugada Sábado/Domingo e estou em Cabo Frio... A “Plin Plin” já foi dormir e eu aqui acordado pensando na vida. Lembrei do blog e agora começo a escrever tentando organizar minhas idéias nesse papel... [normal, eu tenho crises de insônia às vezes]

Há poucos dias estava conversando com uma grande amiga, a Amy... Uma de suas frases foi a seguinte pergunta retórica: "Como pude conhecer tanta gente legal em poucos meses?". Eu não pude deixar de imaginar o mesmo, é claro que meu subconsciente guardou isso para uma análise mais apurada em ocasião específica... E agora, estando aqui próximo da pessoa que mais amo, o questionamento veio à tona. Como passei todo meu tempo antes da “Plin Plin” sem ter ninguém importante na minha vida [além dos meus pais]?

Vocês devem lembrar que estudei na UERJ, porém lá, embora eu tivesse um comportamento mais similar a normalidade, não fiz nenhum "amigo". De fato, hoje não falo com ninguém da minha turma de psicologia. Sobre o ensino médio, posso dizer praticamente o mesmo, "amizades verdadeiras", [de lá] não tenho nenhuma [além da “Plin Plin”, que agora está a um nível acima disso ^^]. Pode parecer triste, mas não é, estou satisfeito com o que tenho hoje [muito mais do que mereço].

Ah sim, voltando...

Estou pensando, a percentagem mundial de introvertidos e extrovertidos é a mesma [50%]. Porém a consciência comum é de que o mais divertido é ser extrovertido, a imagem positivista sempre anda ao lado do comportamento extrovertido e a pregação sobre diferencial individual tende a extroversão das pessoas. [Exponha suas idéias ao mundo, seja o centro das atenções, mostre que você é o “cara”, características tipicamente extrovertidas]. Por que isso?

A explicação é complexa, mas tentarei colocar em palavras simples os pontos principais. Extrovertidos influenciam o ambiente e tendem a passar o seu humor aos que estão ao redor. As pessoas gostam de ser apreciadas por suas qualidades, logo um extrovertido irá procurar fazer com que as pessoas valorizem suas características, como desenvoltura ao falar em público, capacidade e prazer em ser o foco de atenção, exposição dos próprios sentimentos, etc. Assim, os 50% extrovertidos, com sua tendência inconsciente de passar seu “estilo” de comportamento ao ambiente social, foram tornando o mundo extrovertido, fazendo-o valorizar mais os seus tipos de característica.

Os Introvertidos absorvem muito mais idéias do que as passam, além de ter uma certa dificuldade em moldar o ambiente em que estão inseridos. Se não tiverem certo discernimento poderão introjetar muitos valores do meio a sua personalidade [é preciso equilíbrio]. Não pensem que introvertidos são “patinhos” influenciáveis, porém, naturalmente não são grandes influenciadores de grupo como os extrovertidos.
Agora pensemos, com a tendência mundial a favor do comportamento extrovertido, muitos introvertidos tornam-se mais reclusos. Isso porque ao observar um ambiente “hostil”, vem o instinto de auto-proteção [é mais difícil puxar assunto com alguém se todos já estão brincando e conversando, do que se todos estão "tranqüilos". E também, para os que estão na “roda” é difícil notar quem está quieto de fora]. Isso é o que ocorre com os Introvertidos, especialmente os mais tímidos ou "menos equilibrados", tendem a parecer isolados e em casos extremos são vistos como estranhos ou até esnobes por não quererem se entrosar.

Assim, muitos introvertidos procuram um comportamento “mais comum” e quando conseguem, em parte deixam de expor quem realmente são...

“Amizade é partilhar com outro o seu verdadeiro ser.“

Mas e quanto aos todos os 50% introvertidos, por que não se juntam e pronto? [isso é estranho, mas alguém poderia pensar]. Com sua tendência natural de se adaptar ao ambiente , o ser humano com o passar do tempo torna-se reflexo do meio. Isso, nos introvertidos é muito mais forte, na convivência as pessoas introvertidas em geral buscam aceitação e adotam comportamentos um pouco mais extrovertidos. Os novos Introvertidos que chegam ao mesmo ambiente, "por alto" vêem todos como extrovertidos e passam a se adaptar também... É um ciclo [estou “forçando” bastante e deixo de considerar diversos fatores que interferem no todo, mas isso é necessário para deixar mais óbvio de conciso].

Num ambiente tipicamente extrovertido, as pessoas tendem a dar mais enfoque as coisas triviais e "descoladas". Não que isso seja ruim, torna a convivência menos maçante e dá margem para brincadeiras que irão descontrair o ambiente. Porém, é relativamente comum encontrar pessoas que não são emocionalmente participativas, como já citei meu exemplo. PS: Embora a “Plin Plin” seja mais sociável que eu, ela também não herdou muitas amizades do ensino médio...
Enfim, muitos Introvertidos e tímidos estão por aí, imaginando não serem compreendidos, mas também, sem perceber escondem grande parte do que são realmente. A resposta para a pergunta no início da postagem [como pude conhecer tanta gente legal em poucos meses?]. No meu caso, parte disso é sorte ou quem sabe destino, por encontrar as pessoas certas, a outra parte é uma atitude um pouco inovadora que tento aplicar... Ser um pouco mais de mim mesmo para os outros, talvez isso me faça ser realmente feliz, ou pelo menos liver. “Ver” [analisar] como as pessoas se sentem ou pensam é algo que minha psicóloga disse ser um dom, porém apenas agora tento usar isso para “o bem” [sim, é estranho, mas não ligo].

Algo interessante, muitos extrovertidos e até alguns introvertidos tem o “poder” de literalmente arrancar as pessoas de dentro de suas “conchas de falsa proteção”. A “Plin Plin” fez isso por mim. Agora também tenho a Yumi, outra grande amiga que junto da Amy é uma dessas pessoas, gosto de ficar perto delas, posso ser um pouco menos recluso sem, no entanto, deixar de ser eu mesmo.

Estou aqui, escrevendo... Pensando nas pessoas que gosto e como se deu uma mudança quase radical na minha existência depois de conhecer a “Plin Plin”... Talvez nessas horas, distante de todo caos no mundo, eu possa dizer que a minha vida simplesmente vale à pena...




sexta-feira, 12 de junho de 2009

Por que nascemos tão [jovens]?


Estou de volta para continuar as postagens no Blog, porém para a possível decepção dos que leram a seqüência [“Plin Plin” e eu], não poderei manter a escrita no mesmo estilo de narração, a história acabou [ou melhor, a continuação é o meu presente]. Agora, vou continuar com a idéia inicial de escrever sobre assuntos avulsos e genéricos [pena]. Bom, espero que vocês apreciem, caso contrário, posso apenas dizer que sinto muito...




Assisti a um filme interessante: “O Curioso Caso de Benjamin Button”...

Há algum tempo, conheci uma garota que estuda num internato em São Paulo. Numa de nossas conversas por MSN tentamos analisar como seria a relação “Crescimento x Amadurecimento” do ser humano.

Hoje é comum encontrarmos pessoas com vidas frustradas porque tomaram decisões erradas no passado, e agora recebem o “soldo” de suas ações. Eu não me refiro apenas às frustrações resultantes de um baixo investimento na vida acadêmica, que pode ou não promover sucesso financeiro [pregação capitalista]. Procuro ressaltar a pior frustração que existe, a descoberta de que o “tudo” que se tem agora não é, e talvez nunca seja suficiente. Esse “tudo”,pode ser visto no aspecto afetivo, financeiro ou qualquer outro...

“O problema é que amadurecemos tarde demais e envelhecemos cedo demais.”

Nossas decisões, que são resultado do nosso nível de maturidade, por vezes não acompanham a capacidade física ou intelectual respectivas a nossa idade cronológica. Ahn? Vou tentar explicar... Não é raro encontrar pessoas dizendo:

“Quando eu era mais jovem eu deveria...”

“Se eu tivesse feito [isso] na mocidade...”

Essas frases são evidências claras de que a maturidade condena grande parte das antigas decisões impensadas. Eu expliquei isso para essa amiga, que concordou com meu raciocínio. Na seqüência ela expôs o desejo de ser mais jovem do que é atualmente, pois teria feito muitas coisas diferentes [notem, ela tem apenas 23 anos].

“Um dos grandes sinais da maturidade é a consciência de que grande parte das antigas decisões foram erros.”

A ser humano erra muito mais do que acerta. É natural, pois convivemos com tantos erros que nos acostumamos. Depois de ela me dizer isso, eu pensei e questionei...

Partindo da premissa de que cada estágio de amadurecimento é marcado por uma reflexão que aponta erros anteriores, e supondo que fosse possível voltar o tempo [tal qual o desejo da minha amiga]: Eu tenho dezoito anos, então me “arrependo” do que fui aos catorze, quando volto aos catorze, me arrependo do que fiz aos dez , com dez anos percebo que cometi erros aos seis anos e assim por diante, sempre [regredindo]. Eu seria um bebê “super maduro”...

Minha amiga completou a idéia: Como bebês conscientes da situação atual e decadente da sociedade humana, escolheríamos “regredir” ainda mais, nem iríamos nascer. [Triste, não?]

Talvez, a incapacitação física de voltar o tempo, seja de fato, algo bom. Além disso, é válido ressaltar que o amadurecimento vem com as experiências pelas quais passamos. Uma criança nunca poderia ter o nível de maturidade de um velho, sem todas as experiências valiosas e até dolorosas que o mesmo enfrentou por também ser imaturo no passado. Experimentações que se fossem eliminadas, não dariam a ele os valores de “hoje”.

Entramos num paradoxo: Precisamos ser maduros o bastante pra acertar nas escolhas e salvar nosso futuro, porém, a possibilidade de acertar só aumenta à medida que crescemos [ou seja, erramos]. Nesse caso, qual a saída? Quem sabe, ouvir conselhos daqueles que são mais velhos que nós [geralmente mais maduros e experientes].

Porém, qual a relação entre tudo que escrevi até aqui e o filme citado no início dessa postagem? Na história do filme [que também é um livro] Benjamin Button nasceu com aparência e fisiologia de um velho [+/- 80 anos]. À medida que crescia, rejuvenescia. Mas não é esse aspecto da história que preciso focar...

Button foi criado num lar geriátrico, ouvindo as histórias de pessoas muito vividas. Aprendeu bastante, teve uma vida complicada por ser diferente. Porém, pude notar que a época “mais perfeita” de sua existência foi a meia idade, onde teoricamente, o seu nível de crescimento físico e sua maturidade estavam equilibrados. Resumindo: Ele nasceu com uma vida “ruim”, ela foi melhorando gradativamente e atingiu o ápice na meia idade [+/- 44 anos], a partir daí, começou a se “deteriorar” até que ele finalmente morreu... [Eu poderia colocar isso num plano cartesiano, onde teríamos uma parábola. O eixo horizontal é o tempo de vida em anos, e o eixo vertical seria a medição da qualidade de vida emocional e a satisfação do Sr. Button. Isso seria muito “nerd”...]

Admitindo que nosso crescimento [relativo à idade] e nosso amadurecimento possam ser equilibrados, a tendência de Button talvez, seja a mesma para todos nós. Até mesmo nas teorias da psicologia relativas ao MBTI [Myers Briggs Type Indicator], o equilíbrio entre as funções se dá a partir da meia idade, quando o indivíduo geralmente atinge o Maximo potencial de sua personalidade.

Fim

É claro que em contraste com toda argumentação proposta acima, em nossa carreira de vida podem ocorrer experiências traumáticas ou marcantes que alteram, distorcem [destroem] por completo o equilíbrio “Crescimento x Maturidade”, como é meu caso. Porém, deixemos isso como assunto para outra postagem, talvez...



terça-feira, 9 de junho de 2009

“Plin Plin” e eu - Part. IV

Hum, acho que detalhei demais os acontecimentos, isso tornou as postagens muito extensas, vou acabar com isso agora...

Continuando....

Como eu disse, no fim do 3° ano, a turma se separou. “Plin Plin” e eu também. No ano seguinte passei a cursar psicologia e havia perdido contato com praticamente todos da minha antiga classe. A “Plin Plin” falava comigo por MSN às vezes, porém, a convivência começava a se perder. Além disso, eu estava um tanto ocupado com alguns problemas internos que já citei antes.

Eu estava apaixonado, mas não podia [queria] ficar alimentando isso. Tentava ocupar minha mente com outras coisas, construindo assim, barreiras para impedir qualquer demonstração mais explicita do meu sentimento por ela. Eu acho que consegui, o que foi um erro grave. Vez ou outra nós conversávamos, mas eu me mantinha emocionalmente distante de forma proposital. Em paralelo ao isso, outros pensamentos [ruins] eram minha prioridade... E desencadearam o “probleminha” que comentei no Interlúdio...

O tempo foi passando e algumas coisas "não muito boas" aconteceram. Devo lembrar que antes de namorarmos de verdade eu ocultei da “Plin Plin” todos os meus pensamentos sombrios, e isso tem uma explicação [achei importante colocar aqui, porque o “Tíbia”, um chinês louco que conheço, me questionou sobre isso hoje]. Haviam duas coisas que eu tinha a dizer: 1° Eu gostava dela de um jeito diferente. 2° Eu pensava constantemente em suicídio. O que iria acontecer: Ela acabaria imaginando que meu platonismo me deixava depressivo... Seria muito egoísmo da minha parte dividir com ela essa informação falsa. Possivelmente, ela ficaria comigo por pena ou se afastaria por completo [algo que eu “queria”, ao menos para deixar de gostar dela, mas era egoísmo do mesmo modo]

Notem que eu não fiquei depressivo porque estava apaixonado, preciso deixar bem claro, já que é muito simples imaginar que "minhas ações" em maio foram devido a isso, o que é um grande equívoco. Agora, pulando a parte mais “chata” e que já foi contada... Em Julho, o curso de automação que meus colegas de classe, “Plin Plin” e eu havíamos conseguido, se iniciou...

Eu estava convencido de que não estava ou estaria mais apaixonado, e que podia ser um verdadeiro amigo para ela [tive bastante tempo para trabalhar essa idéia]. O curso era das 16:00h às 20:30h, eu fiquei novamente ansioso para vê-la, mas agora pensava que era perfeitamente normal , eu queria reencontrar a minha melhor amiga.

O fato, é que quando a vi, percebi que todo aquele esforço para me afastar havia sido em vão. Não pude negar que eu sentia a mesma coisa que antes, ela me abraçou igual antigamente, mas eu já não sabia mais o que fazer... Nesse 1° dia de curso, nós estávamos igual os “velhos tempos”, contamos as novidades, porém, eu não explicitei nada do que havia acontecido comigo e nem que estava tendo acompanhamento psicológico. Em casa eu conversei com ela pelo MSN, mas não estava tentando me afastar [não conseguia], era como se tudo fosse à mesma coisa, mas agora, eu sabia que precisava fazer algo...

O curso durou 3 meses e parte do tempo eu agi igual no ensino médio, brincava com os colegas de classe e por ai vai... Depois vieram as “zoações”, dizendo que nós havíamos “ficado as escondidas” e blá blá blá... Eu não tinha a mínima noção de que talvez pudesse "rolar um lance" entre nós, e como a “Plin Plin” é tímida, acho que eu não percebia nada. Assim, decidi que era melhor eu não ficar sendo um “falso amigo”, porque eu sentia algo mais. Nessa semana[depois de aproximadamente 1mês de curso] fui me afastando dela [afastar, no meu caso significa agir estranhamente, acho que eu ficava parecendo triste e fechado], ela me perguntou se havia acontecido algo, eu só respondi que estava tudo bem, que não era bom que ficássemos perto.

Não sei quanto tempo depois, deve ter sido poucos dias ela falou comigo no MSN... Disse que precisávamos conversar seriamente, mas teria que ser cara a cara. Eu não imaginei o que poderia ser, mas concordei. Depois desse aviso, eu vi que era melhor “abrir o jogo” para ela, afinal, foi muito tempo nisso, eu sabia que estava sendo ridículo, mas...

No dia seguinte, depois do curso, caminhamos até uns bancos que haviam no canto do pátio, nós dois descemos juntos, porém em silencio profundo. Eu esperaria ela falar o assunto, depois iria me “declarar”. Assim que sentamos o que ela disse foi estranho, ela questionou-me para saber se nós éramos realmente amigos, eu concordei. Ai, ela perguntou se era apenas isso que eu queria dela esse tempo todo, eu acho que entendi onde ela pretendia chegar, e com todo meu exercício “anti-nervosismo” expliquei que estava apaixonado por ela há muito tempo, mas não sabia como dizer. Ela me beijou ali... [não vou ficar dando detalhes, senão fico sem graça]

Nós ficamos um tempo juntos naquele lugar, depois eu disse que estava ficando tarde e precisávamos ir... Eu estava muito feliz, não entrei no MSN, queria falar com ela pessoalmente no dia seguinte. Quando nos encontramos de novo, acho que ambos estávamos sem graça, mas sentamos um ao lado do outro... No intervalo um colega perguntou se estávamos namorando, acho que a “Plin Plin” deu um sorriso envergonhando e eu só pude acompanhá-la no mesmo gesto. Na saída, “a gente” foi para o mesmo lugar e eu a pedi em namoro... [Sim, dois dias para acabar com toda minha “enrolação”]

Estamos namorando desde então... Eu fui aprendendo e me acostumando a chamá-la de namorada, na verdade namoro é aprendizado constante. Eu te amo “Plin Plin”...! ¹ Um fato interessante é que logo após nós concluírmos o curso, fizemos uma prova para conseguir estágio, passamos e começamos a estagiar juntos. Embora com horários um pouco diferentes, nos vemos todos os dias...^^

Eu te amo “Plin Plin”...!²

ps: Aos que leram, desculpem-me por ter demorado tanto ao narrar isso.

Espero que você não fique muito sem graça linda, hihihi... Não esqueça que você deixou eu escrever...

“Plin Plin” e eu Part III

Interlúdio – Solo Part II

segunda-feira, 8 de junho de 2009

"Solo" - Interlúdio - Part. II

continuando...

Minhas férias foram uma “droga”, estava entediado e passava horas lendo sobre behaviorismo, teorias do comportamento e processos cognitivos do ser humano. Eu imaginava que isso me ajudaria na faculdade de psicologia... Meus pais viajaram algumas vezes, mas eu preferia ficar em casa sozinho [eles ainda eram casados e morávamos em Caxias]. Nesse período a “Plin Plin” também passeava com os pais e não tinha tempo para MSN. Em um dia de revolta sem sentido, eu exclui a maioria dos meus contatos de MSN. Eu acho que não sentia tristeza, não sentia nada. [Isso é o que eu ficava dizendo para mim mesmo e tentando reforçar com teorias que "regem" as emoções, é óbvio que era uma fraude].

“O instinto mais natural do ser humano, é o de sobrevivência. Pensar em suicídio é algo distante e irracional para a maioria das pessoas. Justificar isso é ainda mais complicado...”

“Qual a utilidade da vida, se tudo que lhe causará satisfação simplesmente desaparece, ou pior, nunca existiu”

“Morrer só é péssimo, viver só é impossível”

“A pior solidão é àquela que aparece quando estamos juntos das outras pessoas”

“Se algum dia irei morrer sem nada, por que continuar seguindo agora, é mais simples selar logo o próprio destino”

Essas frases e pensamentos estranhamente faziam sentido para mim... Estava depressivo e tinha consciência disso, sabia para onde eu estava indo, mas ao mesmo tempo havia aceitado a situação... Como sempre eu me escondia de “mim mesmo”, criando poemas que representavam a angustia e tristeza. Algo que eu imaginava querer sentir, pois fazia sentido ao menos como desculpa para a morte.

“Minh’ alma se contorce sob as asas ensangüentadas deste coração / Por favor, deixe-me descansar em solidão eterna” (Trecho traduzido do Poema-canção “Solo”, escrito por mim durante esse período)

Não lembro o restante do poema, meus pais jogaram fora a maior parte da minhas anotações idiotas...

Ah sim, eu comecei o curso de psicologia na UERJ, não era o que eu esperava. Onde estavam as analises, conceitos, teorias do comportamento? No 1° PE conheci a história dos primeiros mentores da psicologia e psicanálise e suas diversas áreas de estudoa Às vezes isso era interessante, mas no geral era um "saco"... O bom é que o clima do curso instigava análise constante do comportamento individual e social, na verdade quase todo curso de humanas deve ser assim se a pessoa tiver algum interesse.

Realmente, aprendi alguns conceitos e teorias, mas isso era insuficiente em relação ao que eu esperava... Posso dizer que aprendi mais "coisas auto-destrutivas" fora de sala. Também notei que estava conseguindo ser “normal”, o ensino médio me mudará muito. Porém , meu "convívio padronizado" só me fazia pensar que estava condenado a permanecer emocionalmente distante do mundo [era um turma de futuros psicólogos, ninguém notara nada]. A “Plin Plin” já havia me tirado da “fortaleza de solidão”, mas eu como idiota que sou, sem ela estava me fechando. [Vocês devem achar que a “Plin Plin” é normal e eu sou louco, lol. Não se enganem, se ela permitir, vou falar um pouco melhor dessa menina incrível em outro "post"]

Aff, o curso foi indo...

Final de maio...

“O maior sinal de alerta ao suicídio é quando um estado de mansidão invade a alma, quando vem a sensação de que só precisamos esperar um pouco para estar livres, quando a analise das tristes emoções saem de um plano individual para um coletivo: O que vai ser das pessoas que talvez gostem de mim? O tempo passa, e essa última preocupação desaparece, então...”

Meus pais, ainda “casados” [aspas porque acho que para mim aquilo não era casamento] , estavam ausentes e eu estudando no meu quarto, não lembro o que eles foram fazer...
Vocês devem saber que o “gás de cozinha” é composto por propano + butano [este último causa asfixia e intoxicação]. No “gás de cozinha” é acrescido um indicador que tem odor desagradável ,isso facilita a identificação de vazamento, se assim não fosse, qualquer acidente poderia causar possivel intoxicação e morte.

Eu já havia pensado algumas vezes em suicídio e estava ciente de que o método acima é um jeito simples de tirar a própria vida. Nesse dia eu não estava muito bem [isso quer dizer que eu estava "pior" que o normal aceitável para meus próprios padrões].

Simplesmente fechei o quarto, peguei o lampião e liguei o gás... Após isso, deitei e fui descansar [dormindo é muito difícil notar o odor do gás e como o organismo se acostuma a variação da taxa de oxigenação do ambiente, é muito comum ocorrerem acidente fatais envolvendo vazamento de gases tóxicos]. Ainda não sei dizer ou explicar porque fiz isso, mas (...) [talvez eu saiba, porém ainda não estou pronto para aceitar]

É claro que quando meu pai chegou, sentiu o cheiro de gás e deve ter ido ao meu quarto... Quandp ele me sacudiu eu acordei um pouco tonto e com uma ardência estranha no peito e costas, meu pai ficava gritando e perguntando o que eu havia feito... Ele me levou ao hospital do plano de saúde, eu estava consciente e andando, mas quando chegamos, fiquei num leito... Acho que mediram minha freqüência cardíaca e ouviram meus pulmões. Além disso, fiquei usando uma máscara de oxigênio por alguns minutos. Depois de um tempo minha mãe chegou chorando e perguntou se eu estava bem... Ainda no hospital um psiquiatra veio falar comigo e fui indicado para o acompanhamento psicológico semanal que dura até hoje... Também fiquei usando antidepressivos [dois] e um remédio para dormir.

Em todo mês de junho meu pai ficou me levando e trazendo da faculdade, acho que ele tinha medo que eu tentasse pular [enquanto estudei na UERJ tomei conhecimento de 2 suicídios, sendo um deles, um colega de classe]...

Bem é isso, a vida contínua...^^

Solo - Interlúdio part I

"Solo" - Interlúdio Part. I



“Todos passam por fases difíceis, porém, poucos sabem que a capacidade de expor seu período de sombras com uma visão quase indiferente ao próprio sofrimento é um dos maiores sinais de superação” by myself


Ps: Ainda hoje, tenho acompanhamento psicológico semanal com a Dra. Raquel [Não usei pseudônimo, porque quando ela ler isso, talvez possa identificar algum elemento do meu subconsciente que eu ainda não consegui explicitar].


Atenção: Aqueles que me conhecem, por favor, não fiquem assustados ao lerem isso, especialmente você, meu amor ^^ [Mais que ninguém sabes que já superei esso fase]. Posso dizer que estou “feliz” hoje...


Durante o ensino médio passei a maior parte do meu tempo de consciência na escola [as aulas começavam às 7:30h e terminavam às 18:00h]. Como já contei, no 2° ano aprendi a me relacionar mais facilmente com as pessoas, nisso a “Plin Plin” e o estudo sobre comportamento humano me ajudaram muito. Afinal de contas, entender o que as pessoas querem ou esperam como aceitável, facilita a simulação de um comportamento mais comum.


No 3° ano eu estava bastante entrosado com a turma, falava com quase todos e não era mais taxado como “estranho”. Vejo agora que apreciava a convivência superficial com os colegas de classe, porém não deixei de estar sozinho, a não ser pela “Plin Plin”. Ao fim do 3° ano o clima estava "cinza", a turma estava assustada com a separação eminente. Algumas amizades se fortaleciam, outras desapareceram... Porém, o que preciso ressaltar é que toda essa atmosfera “noir” pouco interferiu no “meu mundo”. De fato, eu estava com medo de me afastar da “Plin Plin”, mas quanto ao restante da turma (...)

Qual a relevância dessa informação?


Todas as manifestações emocionalmente verdadeiras passaram distante de mim, ninguém me conhecia. Era como se eu estivesse trancado em mim mesmo e as ações simuladas para conseguir “aceitação” fossem muralhas que impediam qualquer um de me acessar. Então tentei buscar minha “essência”, mas eu também não sabia quem era. Isso não me afetou muito, afinal as pessoas são produto do meio, eu estava assumindo um comportamento relativo a cada ambiente social que me circundava.


Tudo isso me instigava na busca de respostas para minhas próprias ações e especialmente emoções. Eu sempre fui um tanto depressivo, mas agora, tentava achar o porquê [a leitura de artigos relacionados à psicologia me “ajudavam” nisso]. Esse “entender”, se refere ao tipo de coisa que provocava a liberação de certos neurotransmissores no meu organismo [dopamina e endorfina, responsáveis pela felicidade]. É fácil prever se vou estar feliz ou não, depressivo ou não. Coloco a mim mesmo num plano de analise racional e quase imparcial. Achava isso muito interessante e excitante, porém não era válido para liberar as substancias que me fariam “feliz” [ou tornariam minha existência aceitável].


“Como se pode aceitar um conselho anti-depressivo sabendo de que modo àquilo vai agir na própria mente, o efeito placebo desaparece...”


“A maior tristeza é quando sabemos o porquê de não sermos felizes”


“A ignorância em relação aos próprios processos cognitivos é uma benção”


“Plin Plin” e eu iríamos nos separar, e eu estava ciente de que isso me faria mal. Estava apaixonado por ela, mas racionalmente não via como contar-lhe, e nem tão pouco motivos para ela não me “dar um fora”. Na verdade, eu estava com medo de que ela se afastasse de mim. Era melhor tê-la como amiga do que não tê-la por perto. [Esse pensamento durara grande parte do meu ensino médio]


Vocês podem achar que minha depressão era decorrente disso, mas não. As desculpas plausíveis já foram apresentadas acima, embora, em parte também fossem uma certa fuga. Junto ao questionamento sobre os porquês de minhas sensações e emoções, surgia também o questionamento sobre a razão deu eu continuar existindo... [Não fazia sentido]


Eu me inscrevi para o vestibular de psicologia da UERJ, pois como se pode para notar, estava determinado ou obcecado por entender o psiquismo humano. O ano acabava, houve uma cerimônia de formatura, que eu preferi não participar, mas isso é irrelevante. Lembro-me que no último encontro havia algumas meninas chorando, uns abraçando os outros e ainda fazendo votos de permanecer “juntos para sempre” [Não consegui ter nenhum pensamento sarcástico ou frio, eu queria poder fazer o mesmo que eles]. Nesse “último contato” a “Plin Plin” ficou o dia todo agarrada comigo [eu pensei em tentar algo mas estava inseguro, ou melhor, era covarde]. Quando eu a levei até o ponto, ela estava chorando, eu fiquei realmente emocionado, como se nunca mais fosse vê-la [era uma sensação estranha]. Assim terminava meu ensino médio. Devo dizer que o convívio diário de quase 12h com aquele pessoal me fez aprender muito, mais tarde eu perceberia isso...


Alguns alunos da minha turma receberam bolsas para um curso de 3 meses que iria se iniciar no 2° semestre do ano seguinte, “Pli Plin” e eu fomos selecionados...


"Plin Plin" e eu part III
Solo -Interlúdio part II


"Plin Plin" e eu -Part. III

Chegou o 2º Ano, como eu disse anteriormente, eu estava ansioso para ver a “Plin Plin” novamente, porém, não conseguia saber o porquê disso. No Primeiro dia de aula ela não foi à escola, mas à noite estava online no MSN, sem perceber eu disse que estava com saudades e queria vê-la [notem que para mim, era um tanto estranho esse tipo ação no meu agir]. Logo após dizer isso, eu já estava meio sem graça e preocupado com o que ela poderia ter pensado. Ela respondeu, dizendo que também estava com muitas saudades e que no dia seguinte estaria na escola.

Na terça-feira ela apareceu, eu não sabia como proceder, logo estava consciente de que meu comportamento iria parecer antinatural. Eu fiquei sentado na minha carteira e ela sentou do meu lado, eu disse um "Oi" estranho [ou algo do tipo, não tenho certeza de como foi exatamente]. Porém, logo em seguida ela pediu que eu ficasse de pé, eu perguntei o motivo, mas como ela não me respondeu levantei.... Foi ai que ela meu deu um abraço, depois sentamos sem dizer nada, éramos amigos...

O restante do dia para mim foi ótimo, nós discutimos sobre varias coisas, inclusive nossas vidas, algo que já havíamos falado por MSN [o professor chamou atenção por nós estarmos conversando demais e rindo em sala. Notem que o dia foi tão marcante que eu gravei essa cena, além disso, era a 1° vez que um professor me chamara atenção por mau comportamento ^^]. A partir dai, eu acho que começamos a andar sempre juntos... Vocês agora pensam: No 1º ano eu não falava com ninguém, e a “Plin Plin” era relativamente participante de um grupo. É claro que ela não iria se isolar do mundo para que pudéssemos conversar, foi a partir disso que comecei me entrosar com a turma, estava sempre andando com ela, logo passei a me acostumar com o “mundo”. É claro que esse processo foi demorado, mas “Plin Plin”, à medida que me conhecia podia identificar as minha fraquezas na socialização e me dar algumas dicas, ela foi literalmente minha professora, xD. [Sim, eu sou Ridículo].

O 2° e 3° anos foram similares nesses aspectos, a “Plin Plin” se tornara minha grande companhia e andávamos sempre juntos, sem, no entanto, demonstrar nenhum tipo de interesse além de amizade. [Fato que começava a me deixar “triste”]. Eu percebia que estava ficando apaixonado por ela [quanto mais conversávamos, mais próximos ficávamos e eu entendia que ela era a única menina que poderia me compreender]. A “Plin Plin” tem uma personalidade complexa e havia passado por situações difíceis, aprendendo bastante com as experiências de vida anteriores. Ela costumava dizer que comigo podia ser ela mesma sem preocupar-se com o julgamento errado que o mundo poderia fazer. Algumas pessoas da turma zoavam no início [porque ficávamos abraços], eu ficava sem graça, mas como ela deixou de se importar e passei a deixar de lado também...

Do 2° até quase o final do terceiro ano, minha vida estava “bela”... Eu analisava as pessoas, o comportamento, lia diversos artigos acadêmicos de psicologia, mais especificamente na área de psicanálise e conversava com a “Plin Plin” sobre tudo isso. Discutíamos teorias e pensávamos no "sonho de uma sociedade utópica", sem preconceito em relação as nossas personalidades “complexas”. Rsrs, a gente continuava com as guerrinhas nas aulas, mas era brincadeira... Numa apresentação de seminário, nossa professora de sociologia do 3° ano disse que notava uma disputa s saudável entre nós, ao que a turma fez as normais “zoações” e comentários cretinos (by Amy & Yumi). “Plin Plin” brincou também, eu ficava me questionando se ela gostava de mim tal qual eu dela, porém, sempre que pensava nisso ficava com medo de não ser correspondido ou pior, deixar de tê-la por perto [ai está o meu platonismo e baixa auto-estima]. Muitas vezes a “Plin Plin” dizia que eu era o melhor amigo que ela poderia ter. Isso me deixava feliz e ao mesmo tempo magoado...

Assim foi meu feliz ensino médio até o penúltimo bimestre do 3° ano...

Vou fazer uma pausa na narração de "Plin Plin" e eu (Um interlúdio). Colocarei um post mais dramático referente à época mais sombria da minha existência até aqui... Devo colocar esse acontecimento porque pela ordem cronológica, veio antes de "Plin Plin" e eu namorarmos... Se quiserem podem pular e ir direto para a parte IV... (Para àqueles que lerem o interlúdio, peço que não façam muitas perguntas, essa parte em especial é de mim para "mim mesmo")

"Plin Plin " e eu Part I

"Plin Plin" e eu Part II

Interlúdio - "Solo" Part I

"Plin Plin" e eu Part IV

domingo, 7 de junho de 2009

"Plin Plin" e eu - Part. II

Essa relação de competitividade entre nós durou quase um ano [isso mesmo], somente no 4°PE do 1° ano aconteceu uma coisa “interessante”...

Seria mais fácil explicar se eu pudesse falar um pouco da Configuração Interna da “Plin Plin”, mas não vou me aprofundar, porque ela vai ler isso, não sei vai sentir-se a vontade.
Durante todo o 1° ano a “Plin Plin” sempre aparentou ser uma menina [normal], isto é, o comportamento dela nunca se diferenciou muito da maioria da garotas da minha turma. Para mim não fazia sentido uma garota tão comum [superficialmente], ser capaz de me deixar abobalhado quando resolvia mostrar o quanto era boa nas argumentações filosóficas.

Uma coisa importante a dizer: Na época, eu era mais imaturo do que agora. Eu acreditava que o isolamento me fazia ser capaz de observar o mundo e julgar as informações com imparcialidade. Na verdade, era apenas uma desculpa, porque se eu pudesse, trocaria toda aquela “aura intelectual” por um comportamento que me aproximasse das pessoas e/ou suprisse minha carência emocional [14 anos, eu era adolescente, meus hormônios me faziam ser mais carente do que nunca antes]. Ver a “Plin Plin” me fez pensar que talvez fosse possível ser “inteligente” sem me isolar do mundo, mas o que fazer com meu comportamento estranho? Foi nessa época que eu usei pela primeira vez a expressão: “Simulação Comportamental”. Eu admirava demais a “Plin Plin”, ela consegue ser filosófica e racional sem negar as emoções e o contato com as pessoas [coisa que eu me sentia incapaz de fazer].

Mas continuando, o que aconteceu durante as avaliações do 4°PE...

Certo dia durante a semana de provas notei que a “Plin Plin” parecia estranha, muito mais reclusa que o normal. Ela permaneceu assim por mais de uma semana, notei também que os supostos amigos dela se mostravam indiferentes aquilo, estavam mais ocupados com seu mundo de interesses fúteis... Eu pensei varias vezes em perguntar o que acontecera, mas não sabia como me apresentar. Nós nunca havíamos conversado por mais de 3min [sério, discordâncias entre pontos de vista em sala de aula, não valem como dialogo].

Na semana dos resultados [que eram publicados num mural] observei a queda no rendimento dela em filosofia, de acordo com meu modo idiota de pensar, eu deveria estar contente por ser o aluno n° 1, mas não estava... Era um misto de curiosidade e um pouco de preocupação, onde estava àquela energia que me cativava e ao mesmo tempo me assustava às vezes..?

Tentei tirar aquilo da minha cabeça, dizendo que não era importante, mas acho que não consegui. Não sei se nesse dia ou no seguinte ela falou comigo pelo MSN, eu achei estranho, mas conversei com ela. Sem ter nenhuma noção de como interagir socialmente, eu não me importei em perguntar sobre a nota 6,5 que ela havia conseguido em filosofia. Ela respondeu apenas que não era tão boa quanto às pessoas julgavam, ainda completou dizendo que as pessoas se decepcionariam muito se a conhecessem de verdade. Desnecessário dizer que eu estava maravilhado. O resto da conversa foi inútil, falamos um pouco de filosofia, a mutabilidade do ser humano, comparamos com as águas do rio [lembrando de Heráclito], mas o dialogo foi estimulante ... Eu já havia conversado superficialmente com alguns colegas de classe pelo MSN, mas nunca com ela, na verdade ela raramente estava online.

O dia seguinte foi normal, ela não falou comigo, e estava de volta ao grupo. Porém, à noite quando ela estava no MSN, ficávamos conversando sobre nossa visão da sociedade, e como às pessoas simulavam certas atitudes para serem aceitas. Pelo MSN a “Plin Plin” parecia muito diferente [eu comecei a pensar que ela tinha uma configuração interna parecida com a minha, porém não sabia como descobrir]. Por fim, o 1° ano acabou e entramos de férias, mas durante o recesso “Plin Plin” e eu mantemos contato através do Messenger. Acho que começamos a compartilhar experiências de vida e ficamos um pouco mais íntimos, não havia mais àquela rivalidade idiota. Eu lembro que em fevereiro comecei ficar ansioso para o início das aulas, o 2° ano iria começar...

Eu estou resumindo os acontecimentos, mas a minha mente fervilhava em teorias sobre quem seria a verdadeira “Plin Plin”. Foi nesse tempo que passei a analisar teoricamente as pessoas, busquei na internet a relação entre a personalidade e o comportamento dos indivíduos, e entendi o funcionamento de vários testes. Assim eu percebi que adoro analisar todas as coisas, e as pessoas são parte disso, uma parte muito divertida. Prever determinadas ações dos outros, deduzir como as influências externas vão mexer com o psiquismo individual e a consciência comum... Eu sabia muito pouco, mas era um inicio. Mais tarde isso me ajudou e ajustar minhas ações ao que é aceitável. Saber como agir para não ser odiado, e especialmente para ser aceito pelo “mundo normal”...



"Plin Plin" e eu Part I

"Plin Plin" e eu Part III

sábado, 6 de junho de 2009

“Plin Plin” e eu, platonismo a 1° vista, eu acho que não... part I

Alguns dias atrás duas amigas me questionaram sobre uma coisa que eu nunca havia comentado com ninguém. Estávamos a conversar sobre amor e relacionamentos, e eu disse que era muito platônico antes de começar a namorar. A "Yumi" [uma dessas amigas, a extrovertida] já estava desconfiada de que o grande passo que culminou no início do meu namoro foi uma ação da “Plin plin” [minha namorada]. Então com essa brecha as duas resolveram me “fazer falar”, eu contei a elas o básico, e vou jogar aqui no blog, como foi isso “detalhadamente” e como eu estava internamente.

Ps: Eu conheço a “Plin Plin” há 4,5 anos, mas falo com ela [realmente] há pouco mais de 3 anos, estamos namorando há 8 ou 9 meses [não sei ao certo, sempre erro a contagem]

4 anos e seis meses atrás;

Eu cursei meu ensino médio numa Instituição educacional federal, logo a ingresso foi por meio de um concurso de seleção, eu fui o primeiro colocado e “Plin plin” a segunda... Não nos conhecíamos ainda.

Quando nosso período letivo se iniciou, numa aula qualquer a mestra pediu que cada aluno dissesse seu nome [se apresentasse], o fato, é que eu estava meio entediado ou alienado, então simplesmente escrevi meu nome [que é estranho] num papel, quando chegou a minha vez, levantei-me da carteira entreguei o folheto à professora. Risos e comentários encheram a sala, ela leu meu nome em voz alta enquanto eu ainda estava de pé... Toda a turma riu, mas eu já estava suficientemente treinado para ser indiferente a esse tipo de “zoação”. Voltando ao meu lugar, uma menina de nome “Plin plin”, sentou do meu lado [carteiras duplas] e perguntou se eu havia sido o 1° colocado, minha resposta foi: Em vista de sua pergunta, eu devo supor que você seja a “Plin Plin”, ou quem sabe, apenas uma curiosa... Sim, eu fui ignorante, só após dizer isso, notei que estava enganado, a “zoação” havia me afetado, pensei em me desculpar, mas isso tornaria a situação ainda mais ridícula.

O mais estranho é que ela não pareceu se ofender, apenas respondeu educadamente que se chamava “Plin Plin” e que tinha sido a 2° colocada geral, completando que eu devia ser muito inteligente por ter ficado em 1°. O engraçado é que ela havia feito exatamente a mesma quantidade de pontos que eu, porém minha redação, com maior conceito, me garantiu a 1° colocação. Pensei em questionar isso na hora, mas ainda estava aturdido com a inexplicável paciência dela. É óbvio que pensando melhor vi que elogio foi para fortalecer o próprio ego dela... [normal do ser humano].

Na hora eu não sabia, mas o primeiro contato, na verdade foi um meio da “Plin Plin” descobrir possíveis concorrentes acadêmicos. Os pais dela como obsessivos que são, esperavam da “Plin Plin” o maior rendimento da classe e ela não tinha como deixar de ser influenciada por isso...

Loucura, mas assim foi nossa 1° conversa. É interessante deixar claro que já na 3 semana de aulas com as primeiras avaliações percebesse claramente a infantilidade nos nossos comportamentos: Competições quanto as melhores notas, melhores argumentações na aula de filosofia e por ai vai... [Tudo isso quase em silencio, é claro] Hoje, a gente fica rindo dessa bobagem, mas na época era maior racha.

Outra característica interessante do 1° ano é que eu sempre estava sozinho [isolado mesmo, não conseguia me entrosar com ninguém]. De fato, eu só falava na aula de filosofia, e mesmo assim, apenas quando a “Plin Plin” decidia argumentar e eu sem querer perder a “disputa” fazia o mesmo... Não vou dizer quem vencia, porque até hoje ainda não definimos isso, hahaha

Já ela, era bem mais sociável do que eu, embora fosse introvertida, era muito determinada e tinha uma ótima capacidade de liderança que eu ficava admirando a distancia [isso é segredo, mas eu não estava apaixonado, ainda]...


Vou continuar em outro post porque está ficando grande(...)

"Plin Plin" e eu Part II
"Plin Plin" e eu Part III

sexta-feira, 5 de junho de 2009

A idéia do blog + Minha Configuração Interna Part. I

Criar esse blog não foi uma idéia exclusivamente minha. Tenho um amigo que acaba de fazer um blog também, ele estava todo animado e me contou seu objetivo de jogar alguns de seus pensamentos num “ambiente virtual”, e assim, mostrar seu jeito interessante de pensar. De fato, muito me agradou essa “besteirinha” que ele decidiu fazer[criar]...

Então pensei: Por que não fazer o mesmo? Como não achei resposta, decidi quanto à criação do blog. Porém, em segunda analise questionei-me novamente: Por que fazer? Para isso também não vi resposta...

Ai, vocês pensam: Que idiota, pra que essa “babaquice filosófica” na decisão de criar um simples “espaço na net”? À medida que lerem esse blog [isso, se alguém ler], vão notar uma coisa estranha. Grande parte das minhas simples decisões diárias envolvem complexos questionamentos internos, sobre o porquê [da dita ação], quais serão os possíveis resultados, como lidar com a conseqüência esperada, e mais importante: Como lidar com o inesperado? [Será que é possível “prever” imprevisto?]...

Enfim, não sei lidar com surpresas, preciso fazer uma análise prévia de quase tudo. É óbvio que a “olho nu”, isso é praticamente imperceptível para os outros, porém, para os que continuarem lendo isso será um conhecimento útil mais a frente.

Agora continuando: Estava eu disposto a fazer o blog, mas não sabia como justificar racionalmente essa decisão, então criei uma desculpa “esfarrapada”: Preciso aumentar minha coesão textual e ser mais objetivo nas minhas narrações e argumentações.

A primeira parte da desculpa é uma bela mentira, na verdade, tenho certa habilidade lingüística, pelo menos academicamente falando [assim penso eu]. Mas como costumo me expressar muito formalmente nas minhas conversações por escrito, decidi inovar, adotando e aplicando uma linguagem simples e coloquial.

Então, é por isso que estou escrevendo aqui...

Bem, pelo menos, essa é a desculpa que deu a mim mesmo [pouco convincente, porém, certamente racional, logo aceitável]. Hmm, acho que até aqui, todos os que possivelmente leram isso vão me achar um NERD ou CDF lunático, mas estou longe disso, vocês vão ver...

Intrudução à Insanidade - Primeiro contato

Objetivo desse blog é registrar alguns pensamentos, insights e situações que acontecem ou aconteceram comigo. As pessoas que lerem isso hão de notar que tenho uma vida no mínimo diferente do normal. Porém, meu interesse primário não é mostrar-me para o mundo ou expor a vocês minhas opiniões ou críticas em relação à sociedade e as conexões interpessoais que tenho constantemente observado e analisado [às vezes sem perceber]. Meu objetivo aqui é esclarecer e reafirmar para mim mesmo como e porque penso... Estranho, não? Vocês não viram nada...


Em cada postagem, onde eu julgar interessante ou necessário, adicionarei links para outros sites, ou mesmo, textos do próprio blog... Desse modo, pretendo formar uma “teia de informação”[bem simples] onde alguns aspectos da minha existência poderão ser detalhados, não em um texto apenas, mas na junção de vários deles...


O mesmo vale para cada assunto [interessante] que for abordado. Por exemplo, poderá ser necessário amostrar mais detalhadamente determinada teoria do comportamento humano, nesse caso, eu colocarei um link na palavra específica, para assim, levar o leitor a um outro post ou site, que trate o assunto de maneira mais clara...


É isso, estou quase começando...^^'

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